Conversas perdidas em dias perdidos te direcionam à clareza.
1.
Ele se sentia só. Ele apostou em um amor que nunca se tornou o que deveria. Eu não sei explicar os detalhes, só sei que não era e não foi, mesmo devendo ter sido.
Pode ter sido um julgamento equivocado de palavras, mas o sentimento estava lá. Solidão. Daquela que cria paredes invisíveis. Paredes que fecham ao seu redor.
Entendemos de solidão. E entendemos que, quando não nos sentimos sós, não estamos sozinhos.
2.
Ela se sentia só. Vazia e solitária. Como se tivesse quebrado o que restava de si.
Então ela viu nele uma oportunidade, uma chance, uma luz, uma companhia.
Foi um julgamento equivocado, mas ela acreditou que ele poderia preencher a solidão e que duas pessoas solitárias, quando juntas, jamais estariam sós.
Ela deveria saber. Na verdade, ela sabia. Sabia que não existia chance, mas ela quis que ele a salvasse, que ele pudesse salvá-la de si mesma.
3.
A vida aconteceu.
Eles não se salvaram, não do jeito convencional.
Ambos sozinhos em seus próprios mundos e essa história continuou sendo o que sempre foi. Um julgamento equivocado.
Ele estava ali. Ela estava ali. Mas eles nunca se encontraram. E a história não pode nem começar.
Ao mesmo tempo que, mesmo longe um do outro, ele estava ali, mesmo sem saber. Ele foi salvação, foi porto-seguro. Foi guia e foi uma história inspiradora para ela.
4.
Ele não sabia, mas ela estava lá por ele. Mesmo distante, ela se fez presente da forma que podia. Ela se preocupou e ofertou palavras. Palavras eram a única coisa que ela poderia oferecer e foi o que entregou.
Ela sabia que eles jamais seriam. Mas ela quis, em silêncio e em segredo. Ela sabia que não haveria uma história forte, ela sabia que não existia possibilidade. Mas ela estaria ali. Pois ele a salvou de si mesma.
5.
Ele disse que merdas aconteciam. Ela respondeu que geralmente é assim que sabemos que estamos vivos.
Ela não disse, mas queria ter dito que geralmente é assim que sabemos que estamos vivos, mas que é quando passamos pela solidão que sabemos que estamos vivendo.
E estamos vivendo. E estamos vivos. E somos sendo. E existimos existindo.
Estamos, sós e em companhia.
Continuamos a ser sendo.
6.
Oie, olha eu aqui de novo, rsss... Este tema solidão mesmo acompanhado é sempre atual, digno de ser pensado, analisado, entendido e aceito como opção e verdade individual... A maturidade vai mostrando que relacionamentos perfeitos e sonhados são agulhas em palheiros, aqueles de filme, onde há correspondência mutua, são raríssimos na vida real... Fazer o que ??? Seguir em frente e aguardar os próximos capítulos....
A solidão é o moinho onde muitos Don Quixotes duelam, mas o Sancho Pança está sempre no cenário para auxiliar o guerreiro nesta missão continua... Ou seja há uma simbiose de existências, onde o custo será menor que o beneficio da aceitação da situação... Sim, a comodidade nunca é citada nos diversos tipos de relacionamentos, quer entre um casal, quer entre amigos, quer entre companheiros de trabalho ou de jornada... Melhor conviver com o inimigo conhecido do que com um desconhecido, rsss... Porque assim já se conhece o terreno por onde se anda, ja se consegue imaginar os perrengues e obstáculos a vencer e aturar... E assim compreendendo os rumos escolhido para e da vida se minimizam as insatisfações... E vida que segue sós e com companhia... BJBJBJ